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Usina de Arte anuncia a abertura da obra site-specific “GENERATOR | GERADOR” da artista Marina Abramović. Sábado, dia 3 de fevereiro de 2024, a partir das 16 horas. Com a presença da artista.

fevereiro de 2024




A Usina de Arte inaugurou dia 27 de janeiro de 2024, com a presença dos artistas, a obra “FALL OF THE GIANTS, 1988-89” dos artistas franceses Anne e Patrick Poirier.

janeiro de 2024




A Editora Usina de Arte lança seu primeiro livro: “Casa Caiada – Uma História Entre Linhas”

março de 2023
O livro “ Casa Caiada, uma história entre linhas”, primeira publicação da editora da Usina de Artes, é de autoria da historiadora Maria Eduarda Marques.

Numa perspectiva culturalista, a obra ilustrada resgata a trajetória dos Tapetes Casa Caiada, um dos mais bem sucedidos empreendimentos da tapeçaria artesanal do Brasil. Por mais de sessenta anos, a manufatura pernambucana, concebida e executada por mulheres, vem produzindo uma bordadura virtuosa, criativa e singular, reconhecida no Brasil e no estrangeiro. Trata-se portanto, de uma história empresarial com forte conteúdo social e estético.

O livro, dividido em 7 partes, começa por explorar o papel reservado às mulheres na arte da tecelagem ao longo dos tempos. Puxando o fio da história, a narrativa resgata os primórdios da produção de Casa Caiada, em Recife, no final dos sessenta, quando foi firmada a parceria familiar entre Edith e Maria Digna Pessoa de Queiroz. Elas lograram mobilizar mulheres de baixa renda para o aprendizado e a confecção comunitária de tapetes tecidos com lã, um artesanato pouco recorrente em Pernambuco.

Com o propósito de criar algo original, o artesanato se baseou no patrimônio artístico e histórico de Pernambuco, primeira fonte de inspiração dos padrões dos tapetes. As primeiras peças confeccionadas receberam nomes que evocam monumentos, sítios e paisagens de Pernambuco.

No início dos anos 70, os Tapetes Casa Caiada foram expostos no Rio de Janeiro e São Paulo, alcançando grande prestígio. Na sequência, inúmeras exposições foram organizadas em diversas capitais brasileiras. A partir de 1976, Casa Caiada desenvolveu a série Armorial, com padrões criados por Ariano Suassuna para as publicações D’A Pedra do Reino e O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão. Foi quando foram tecidas peças destinadas às paredes. A produção Armorial foi consagrada pela crítica, na esteira das grandes exposições realizadas no Recife e no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro.

Ao fim da década, com o sucesso de produção e vendas, o atelier dos Tapetes Casa Caiada foi transferido para a “ vila da fábrica”, espaço mais amplo pertencente à Companhia Industrial de Pernambuco. Sob o comando exclusivo de Maria Digna e com o apoio de seus filhos e filhas, Casa Caiada

Ingressou em nova fase. A produção foi incrementada e foram aprimorados os acabamentos das peças.

O texto segue na linha do tempo dos anos oitenta, quando Casa Caiada passa a sofrer com a concorrência desleal e com a instabilidade da economia brasileira. Maria Digna enfrenta o desfio da conquista do mercado internacional, o que exigiu a introdução de novos padrões florais e de outros motivos exóticos da flora e fauna brasileiras. Casa Caiada foi distinguida com prêmios pela performance internacional. Grandes exposições foram realizadas também na Europa. A penetração definitiva de Casa Caiada principalmente no mercado americano contou com a representação de Ann Brandow. Foi quando grandes personalidades internacionais passaram a encomendar e adquirir o artesanato.

A partir dos anos 2000, os Tapetes Casa Caiada passaram a funcionar como instituição sem fins lucrativos. Maria Digna e Família passaram à função estratégica de orientar a produção das mulheres cooperativadas do Município de Lagoa do Carro, onde a atividade tecelã de Casa Caiada impactou na qualidade de vida de homens e mulheres da localidade. O texto traz alguns depoimentos de mulheres tecelãs.

A última parte do livro é consagrada à pessoa de Maria Digna, motivação pessoal na direção de Casa Caiada, principalmente no contato humano com as mulheres tecelãs. O sentimento de responsabilidade social e o desejo de ajudar a transformar vidas foi o que inspirou Maria Digna a construir uma história de empreendedorismo coletivo de sucesso.

Maria Eduarda Marques







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A Usina de Arte inaugurou sábado, 11 de março, ”Conversadeiras”, nova obra permanente da artista Claudia Jaguaribe

março de 2023 Sobrepondo passados e presentes, “Conversadeiras” é obra que engradece a força dos diálogos na Usina de Arte

Obra da artista visual Claudia Jaguaribe leva conjunto de bancos revestidos de azulejos com sobreposições de imagens ao acervo do Parque Artístico-Botânico do projeto na Mata Sul de Pernambuco.

Conversar; do latim conversartio, se juntar ao outro ou encontrar alguém com frequência. Em tempos de pós-cisões e isolamentos, a artista visual carioca Claudia Jaguaribe propõe esse convite ao diálogo, como a mais singela consequência dos encontros, com sua nova obra “Conversadeiras”.

Trazer o vocábulo “conversa” para o nome da obra assume múltiplos sentidos uma vez que a criação é composta por quatro conjuntos de bancos escultóricos, sendo três de estrutura alta, todos revestidos de azulejos ilustrados com sobreposições de elementos fotografados pela artista. As estruturas que ora são lineares, ora curvilíneas, passam a compor organicamente o mobiliário do parque como espaço de descanso e de contemplação da paisagem, provocando conversas. Estimula também os diálogos em torno de si mesmo, ao combinar elementos pertencentes ao passado e ao presente daquele lugar, que já foi uma usina de cana-de-açúcar.

“Conversadeiras” foi pensada por Jaguaribe para a Usina de Arte por, justamente, criar pontos de conexões nesse marco temporal de quase 100 anos de existência da Usina Santa Terezinha. “Esses bancos-esculturas funcionam como suporte para um material com o qual venho trabalhando, que são os azulejos, e contam um pouco da trajetória e novas propostas da Usina e sua função social totalmente ressignificada. É desse link entre o passado e o presente que vislumbramos caminhos para o futuro”, registra a artista que vem enxergando a potencialidade artística dos azulejos desde a infância. Itens presentes na entrada da sua casa, nos lugares que visitava entre casas de parentes, igrejas e praças do Nordeste.

Não é a primeira vez que Claudia cria para ambientes externos, mas a obra da Usina de Arte apresenta com exclusividade uma nova técnica que permite a perenidade das imagens fotográficas em espaços abertos. Em impressão digital sob forno a mais 3.000ºC, os azulejos que revestem a estrutura de concreto com ferro carregam um palimpsesto eternizado de elementos que espelham a flora e arte popular local, o folclore, períodos históricos, mapas entre outras sortes de referências. Ingredientes que compõem a história de Pernambuco e do equipamento cultural na Mata Sul pernambucana que há quase 10 anos vem impulsionando o desenvolvimento socioeconômico do seu entorno com arte, meio ambiente, cultura e educação. Um ambiente, pois, de conversas entre as pessoas, conversa do que ficou para trás com os horizontes já possíveis.