RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS

As residências promovem interação com a cultura local e a desconstrução de paradigmas econômicos e sociais

O programa de residências foi o ponto de partida para a criação da Usina de Arte e hoje é seu maior diferencial.

Os artistas em residência, sejam eles nacionais ou internacionais, tem total liberdade para desenvolver suas criações, o passado sucroalcooleiro não é negado mas sim revisitado de diversas formas.

As residências artísticas têm foco na arte contemporânea e passaram a ser realizadas desde 2013, antes mesmo da formalização do projeto que resultaria na Usina de Arte. O programa ganhou corpo a partir das visitas do designer Hugo França a Santa Terezinha, com a criação de esculturas mobiliárias em troncos de árvores condenadas.

O projeto começou a ser estruturado em 2015, quando José Rufino reconfigurou o antigo Hangar da usina, então usado como oficina mecânica. O artista montou uma exposição permanente no espaço, com obras desenvolvidas a partir da história e de materiais da Usina Santa Terezinha. E em 2016 foi formalizada a Associação Sociocultural e Ambiental Jacuípe, que passou a gerir as ações ambientais e culturais do projeto Usina de Arte, incluindo o programa de residências.

Também em 2016, a Associação Sociocultural e Ambiental Jacuípe firmou uma parceria com a Associação de Amigos do MAMAM - Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães. Por meio do convênio, se intensifica a presença de artistas pernambucanos nas residências da Usina de Arte, ao mesmo tempo em que se mobilizam recursos para o MAMAM. Engajados na causa, os artistas participantes se comprometeram a repassar ao museu parte do valor recebido pela execução das obras.

Cada artista convidado a participar de uma residência na Usina de Arte é lançado em um desafio formal e conceitual, com novos referenciais de pensamento e trabalho. São projetos de grande dimensão, destinados a uma existência fora dos grandes centros urbanos, criados com base em diferentes escalas, mão de obra, condicionantes ambientais e técnicos.

A possibilidade se deixar contaminar pelo entorno é o que conduz todo o processo de criação e produção, em total interação com os aspectos ambientais, sociais e culturais da região. As obras criadas nas residências passam a fazer parte do acervo artístico-botânico da Usina de Arte, em exposição orgânica e permanente.

Nos últimos anos a Usina recebeu uma série de artistas. Em 2022 participou do programa, o artista sonoro francês Igor Porte. Antes dele, Matheus Rocha Pitta construiu na Usina de Arte a sua obra “Um Campo de Fome”. Em 2020 Juliana Notari deixou sua marca na paisagem ao criar a polêmica obra “Diva”. Liliane Dardot após pesquisar a região criou o “Cabanos em matas de água preta” em 2019. Também fizeram residência, entre outros: Márcio Almeida, Paulo Bruscky, Paulo Meira, Marcelo Silveira e José Rufino.