SAINT CLAIR CEMIN
“Fotini” 2013
Aço corten, vidro, 300 x 150 x 100 cm
O título da obra, Fotini, é o equivalente em grego do nome feminino Lúcia, significando luz, ou em grego “fos” (φως). Cemin explica que a luz impinge sobre nossos olhos e nossa consciencia como um martelar constante apesar que dele só nos darmos conta através seu resultado; imagens na consciencia.
Um martelo enorme que ao mesmo tempo parece mirar o horizonte, e querer estilhaçar a caixa de vidro que o contém. Cemin, que explica que seus títulos são parte integral da obra, pois é seu componente verbal explicito. O que é dito joga com o que é visto, sendo que o que é visto já é uma combinação de. Materiais, figurações e formas que tão bem entram em acordo como em conflito.
“Pai” 2021
Bronze, aço e madeira, 300 x 300 x 100 cm
Um sapato de domingo numa jaula, como uma fera de zoológico: esse trabalho continua o projeto de Cemin, que entre outras coisas recupera estilos do passado dando-lhes novas funções. Nesse caso vemos o Surrealismo que se manifesta numa peça enigmática, que se oferece como o retrato de seu pai, ou um símbolo do patriarcado. Sendo esse um trabalho filosófico, ele entra na tradição da arte como “máquina de pensar”, ou um gerador de conceitos. Explicações, nesse caso, só viriam em detrimento ao processo imaginativo do público, que sempre participa na formulação do significado duma obra. A consciencia dessa participaçäo é a essencia da arte conceitual, que por isso a torna, automaticamente, supra-conceitual.
Saint Clair Cemin
Cruz Alta, Rio Grande do Sul, Brasil, 1951
Vive e trabalha em Woodbury, Connecticut, EUA e Xalkida, Grécia
www.saintclaircemin.net
Seu trabalho abrange vários estilos, abordagens e materiais, de móveis a brinquedos na cultura popular à história da escultura. A sua obra, apesar da sua sensualidade material e uso do artesanato, tem uma base conceptual séria que permite ao artista um alcance ilimitado à sua imaginação.
Na adolecencia seu interesse pela filosofia foi inspirado pelo contato com intelectuais na sua cidade natal de Cruz Alta. Uma vez interessado em filosofia e física, passou a focar sua atenção na arte, eventualmente desenhando e trabalhando em ilustrações para revistas. Cemin estudou na École nationale supérieure des Beaux-Arts em Paris, França, de 1975 a 1978, onde aprendeu gravura por três anos. Ele se mudou para Nova York logo depois, onde experimentou em formas de arte até descobrir a escultura em 1983. Uma das primeiras esculturas expostas do artista foi The Granny Ashtray, que foi descrita como uma peça antimodernista. Ao longo da década de 1980, Cemin tornou-se parte integrante da cena artística de East Village de NY, que incluía um círculo de importantes artistas contemporâneos, como Jeff Koons, Peter Halley e Jonathan Lasker.
Após anos de sucesso como escultor em Nova York, Cemin viajou para o Egito, para Bali e para a China onde teve um atelier por 15 anos. Finalmente, estabeleceu um atelier e residencia secundaria na Grécia, berço de nossa civilizaçao. Por 27 anos ele manteve um grande atelier em Brooklyn, NY até sua mudança para Woodbury em 2021.
Suas obras estão em exposição permanente em importantes instituições como o Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles, The Broad, The Whitney Museum, Musee de la Chasse em Paris. Seus trabalhos monumentais encontran-se na Suécia, na Noruega, nos Estados Unidos e no Brasil.